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Atrizes e autor de 'A lista' contam bastidores e transformações da peça

28/03/2023

Em cartaz com A lista, no Teatro dos Quatro, as atrizes Lilian Cabral e Giulia Bertolli, ex-aluna da PUC-Rio, e o dramaturgo Gustavo Pinheiro contaram, a estudante de Comunicação, bastidores, lições e gratificações da peça que estendeu o sucesso no formato online, imposto pela pandemia, para o comemorado reencontro com o presencial. Diante da plateia que lotava a sala-auditório K 102, quarta-feira passada (22), eles também lembraram passagens de suas carreiras e debateram rumos teatrais, cinematográficos, culturais. O papo inaugurou a edição 2023 de Para ler antes de desaparecer, conjunto de encontros nos quais o professor Sergio Mota recebe, na Universidade, diretores, produtores, roteiristas, atores, realizadores. 

Lilian, Giulia e Pinheiro, autor de A lista, lembraram a trajetória bem-sucedida da produção. Ela nasceu como desdobramento do Teatro Já, projeto idealizado pela atriz Ana Beatriz Nogueira para levar peças on-line às casas dos espectadores. Nas plataformas digitais, foi vista por 180 mil pessoas. Um êxito replicado no modelo presencial: a comédia romântica lotou o Teatro dos Quatro, em sua estreia carioca.

A iniciativa buscava também ajudar financeiramente os profissionais da área teatral, prejudicados com a pandemia. Direcionava-se, em princípio, a monólogos, devido ao convívio social restrito forçado pela crise sanitária. Ana Beatriz convidou Gustavo Pinheiro para participar do projeto, e ele chamou Lília Cabral e Giulia Bertolli, mãe e filha, para estrelarem a peça, até porque passavam a quarentena juntas.

Na história escrita por Pinheiro, ambientada em Copacabana, elas são vizinhas, e percebem que têm mais características em comum do que imaginavam. A peça deu origem ao livro homônimo e pode virar filme, conta o dramaturgo aos estudantes. Perspectiva alimentada pela receptividade comum aos formatos digital e ao presencial:

“Eu adoraria aumentar essa peça em mais meia horinha. Quando o presencial se tornou uma possibilidade, todo mundo já com vacina, a gente fez no teatro para mil pessoas, e vimos que as pessoas estavam se deleitando com aquilo”, animou-se.

Já Giulia Bertolli, que interpreta Amanda, lembrou que a rotina de ensaios ajudou a superar os momentos difíceis da pandemia: “Acordava cedo para ensaiar. Era uma alegria”.  

A atriz ponderou que as incertezas da pandemia geraram um “turbilhão de emoções”, mas produziram aprendizados importantes. “Saber lidar com ele (turbilhão emocional) também é um crescimento de vida. Saber que há dias difíceis, mas que vão passar, é o que mais acalenta todo mundo”, ressaltou

Lília Cabral, que dá vida à personagem Laurita, acrescentou que os momentos solitários não são necessariamente ruins. Revelam-se, para a atriz, proveitosos à reflexão:

“Mesmo em família, estou sempre sozinha. A solidão faz parte da minha vida. Meu jeito de viver, meu jeito de me olhar a vida, são uma profunda solidão. Mas ela não me entristece, ela me ajuda”.

As convidadas e o convidado do professor Sergio Mota, de Cinema brasileiro e Literatura da PUC-Rio, conversaram ainda sobre transformações e caminhos das produções teatrais e audiovisuais, cada vez mais influenciadas pela cultura digital. Depois do papo, Gustavo Pinheiro autografou os livros “A lista” e “A tropa”.

Mota reforça que a conversa com Lilian, Giulia e Pinheiro integra as Conversas para ler antes de desaparecer, A iniciativa desdobra a proposta final do curso de Literatura, na qual alunos e alunas escolhem um livro, entre mais de 80 opções, para defenderem a importância da obra nos stories do Instagram.

Texo de Camila Oliveira


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