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Ana Abreu: “Histórias reais rendem grandes obras”

14/04/2023

Cada vez mais comuns no audiovisual brasileiro, as narrativas de não-ficção reúnem desafios que se estendem, por exemplo, de orçamentos menores até mudanças na história original exigidas por circunstâncias executivas. Ainda assim, a escritora e roteirista Ana Abreu conserva um entusiasmo constante, refletido em produções como o programa gastronômico Mestre do Sabor, o documentário Filho Da Mãe, sobre Paulo Gustavo,; e a série Que Maravilha, com o chefe Claude Troisgros.

O entusiasmo e a experiência profissional, em grandes produtoras e veículos como Globo e GNT, foram compartilhados com estudantes de Comunicação da PUC-Rio na segunda passada (10). A convite da professora Carolina Amaral, Ana apontou dores e delícias da atividade de escrever e produzir obras não-ficcionais. Destacou o envolvimento despertado por esse tipo de produção:

“Histórias reais tendem a engajar mais porque o público se sente representado, e desenvolve uma conexão com a obra, com os personagens. O tempo inteiro nos deparamos com histórias tão absurdas que esquecemos o que está acontecendo aqui em volta da vida real. Histórias reais podem render grandes obras”

Com graduação e mestrado em Psicologia pela PUC-Rio, Ana contou aos estudantes reunidos na K 102 lotada que a queda pela escrita transformou o flerte com a comunicação na migração para uma bem-sucedida carreira como roteirista de TV e cinema. Uma mudança esboçada quando participou de uma oficina textual com a criadora da icônica série Friends. “Mas nunca deixei de aplicar aprendizados da psicologia nas atividades de roteirista”, ressalvou.

Embora lembrasse com gratificação de passagens marcantes da vasta trajetória no audiovisual, com mais de 25 obras no currículo, a palestrante reconheceu as pedras no caminho das produções não-ficcionais, como o orçamento geralmente inferior às produções ficcionais, as mudanças no enredo decorrentes, por exemplo, de limitações financeiras, e até a dificuldade, certas vezes, de corresponder à expectativa do público sem descaracterizar um personagem. Também há temas difíceis de abordar, acrescentou:

“Há temas específicos com os quais prefiro não trabalhar. Temas que eu não banco porque custa a minha saúde mental. Fui chamada para participar de dois projetos sobre crimes, por exemplo, e não topei”, revelou a roteirista.

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Texto de Camila Perecmanis
Imagens de Luísa Giraldo

 


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