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Marcelo Alves "Inteligência Artificial não vai extinguir profissões da comunicação"

O coordenador do Núcleo de Tecnologia do Depertamento de Comunicação (NuTec), na PUC-Rio, professor Marcelo Alves, desmistificou a crença de que a Inteligência Artificial (IA) poderia tomar o lugar dos comunicadores. Ele observa, contudo, que a rápida evolução da IA acelera e expande desafios e oportunidades no mercado da comunicação derivados das transformações digitais, especialmente os relacionados à produção e à distribuição de conteúdos online. 

Marcelo Alves conversou com alunos de Estudos de Mídia sobre dinâmicas emergentes desse tabuleiro midiático e tecnológico, na primeira palestra do TechTalks, em 25 de abril, que abirdou ChatGPT, inteligência artificial e o processo midiático. Ele debateu, sobretudo, os impactos dos usos da IA na sociedade e, em particular, no setor da comunicação. (Veja a íntegra do papo no canal do Departamento de Comunicação no YouTube).

Depois de detalhar historicamente a explosão do ChatGPT, Alves reconheceu o potencial do aplicativo para interferir nas atividades profissionais associadas à produção de conteúdo informativos. Manipulações da IA, com ferramentas disponíveis na internet, dificultam a identificação da veracidade e da contextualização dos fatos, o que, por sua vez, revigora a necessidade de checagens e tratamentos éticos-profissionais das informações. O pesquisador não acredita que a inteligência artificial irá extinguir profissões da área da comunicação, pois "a tecnologia não é capaz de entender a natureza da inteligência humana".

Alves projeta até uma conjugação entre o jornalismo e a inteligência artificial. Articulação porveitosa, por exemplo, no processamento de grandes quantidades de dados.

"Potencialmente, a profissão pode mudar a partir da inteligência artificial. O ponto é que a IA não é necessariamente inteligente, e o trabalho do jornalista não se limita à produção de texto informativo. Tem todo um trabalho de falar com fontes, de apurar, de levantar informação, um trabalho central do jornalismo, para o qual a IA pode contribuir de várias formas", avalia o especialista, também coordenador na ênfase em Tecnologia e Comunicação Corporativa da graduação em Estudos de Mídia.

Alves tornará a conversar acerca das interfaces entre mídia e tecnologia no próximo dia 30, às 15h, na sala K 102. A segunda palestra do TechTalks vai refletir a influência dos mecanismos de recomendação na formação dos gostos. Abaixo, a sequência da programação do primeiro semestre:

TechTalks - Ciclo de Formação de Estudos de Mídia:

30/5 - Netflix, Spotify, PS Plus e a formação do gosto por mecanismos de recomendação
15h, sala K 102

13/6 - TikTok e declínio do modelo tradicional de redes sociais digitais
17h, sala K 102

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Texto de Camila Perecmanis