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CEO da produtora A Fábrica conta como o mercado se ajusta ao streaming

08/05/2023

A carreira do jornalista e produtor Luiz Noronha, CEO da produtora A Fábrica, foi muito influenciada por mudanças do mercado audiovisual. Desde a sua saída, como editor-executivo, do jornal O Globo, em 2013, transitou por diversos frentes do audiovisual, entre a entrada na Conspiração Filmes e a criação, em 2016, daquela que se tornaria uma usina de filmes e séries produzidos para clientes como Amazon, Netflix, Grupo Globo. A maior virada, contou Noronha a estudantes de Comunicação da PUC-Rio, veio com o avanço das mídias online, que demandou a reinvenção da produção nacional. 

A convite da professora Denise Lopes, Luiz Noronha conversou com alunos e alunas de Estudos de Mídia sobre as interseções entre as transformações do setor audiovisual, impulsionadas pelas tecnologias e dinâmicas digitais, e a trajetória profissional desembocada na condução de uma das maiores produtoras do gênero na América Latina  Antes dos canais a cabo, lembrou ele, a publicidade aplicada em comerciais preenchia a produção interna do país, e o ajudou a expandir sua experiência em estúdio. Com "investimento muito baixo", começou a trabalhar com conteúdos independentes, demanda principal da Globosat. Nesse contexto de 2006, o sucesso do humorístico Vai que Cola, exemplicou Noronha, alinhava-se à necessidade de programas que abrangessem uma nova classe média, derivada de um ganho de poder aquisitivo das camadas populares.

O executivo destacou os impactos gerados pela consolidação das plataformas de streaming: "A entrada da Netflix mudou completamente a maneira com que os projetos são desenvolvidos, já que a plataforma precisa de uma produção muito maior do que os canais abertos. Isso acontece pelo algoritmo personalizado, que é proposto para cada usuário, e deve ser alimentado individualmente". Esse movimento, acrescentou ele, tem "transformado muito o mercado" desde 2015. A quantidade de séries e filmes nacionais aumentou exponencialmente, o que, ainda de acordo com Noronha, exige "mais atenção para manter o nível de qualidade, num cenário mais competitivo e dinâmico".

Os streamings tiveram uma "aderência instantânea" no país, avalia o CEO da Fábrica. Uma receptividade favorecida, entre outros aspectos, pela cultura da telenovela instalada há decada no Brasil.

A audência expressiva, entre as maiores do mundo, vem atrelada a uma exigência crescente em relação à qualidade e à diversidade das produções audiovisuais, que assumem gêneros variados para públicos variados. "Por isso, A Fábrica conta com um time selecionado de roteiristas e ainda estuda os projetos independentes, que são submetidos a análise. Por outro lado, a maioria da produção atual funciona sob a demanda das novas plataformas. É possível encontrar projetos autorais na Netflix, HBO Max, Globoplay, por exemplo", ressaltou Norona.

O paoo com os estudantes incluiu ainda relatos sobre bastidores da produtora e recomendações aos futuros profissionais. Ele reforçou a importância de adaptar inovação e criatividade àos rumos e necessiadde de um mercado em intensa transformação. 

O encontro está disponível no canal do Youtube do Departamento de Comunicação da PUC-Rio.

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Texto de Joana Macedo


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