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FIFA mudou procedimento na Copa do Mundo para atender costume mineiro

13/06/2023

Na Copa do Mundo de 2014, a FIFA abriu mão de ter fornecedores únicos para todos os estádios devido ao costume dos torcedores mineiros de comer tutu antes dos jogos, conta o jornalista Roberto Falcão, especialista na gestão de comunicação de megaeventos esportivos, em conversa antes de seu bate-papo com estudantes de Comunicação da PUC-Rio. A organização teria entendido que seria impossível realizar uma partida em Minas Gerais sem o prato, então, optaram por cada estádio ter um patrocinador próprio para atender a essa demanda. 

O jornalista, que acredita que sua experiência como editor e chefe de reportagem o levou a ser gestor de eventos, também comentou seu tempo trabalhando na Copa América 2021. De acordo com ele, o número de fotógrafos em campo nos jogos foi restrito devido às medidas de segurança relacionadas à pandemia de COVID-19. Outro cuidado adotado foram as coletivas de imprensa virtuais, nas quais as perguntas eram enviadas por mensagem. Segundo o gestor, como todos queriam fazer aquela pergunta que não pode faltar, muitas se repetiam, fazendo com que as entrevistas precisassem acabar mais cedo. 

Além disso, explicou que os credenciados acompanhavam os jogos na tribuna de imprensa, mas sempre com duas cadeiras de distância e com alternância entre as fileiras. Ele também lembrou que, tanto para a Libertadores quanto para a Copa América, a organização adotou uma padronização de medidas sanitárias para todos os países, aplicando a regra mais rigorosa de uma nação às outras participantes.

Um dos requisitos da Conmebol era a testagem de todos a cada 3 dias e, caso a pessoa positivasse, era afastada. O gestor ressaltou que, apesar de necessário, era difícil pois não havia como substituir rapidamente o trabalhador devido às medidas de segurança. Falcão destacou que não houve nenhum caso comprovado de contração da doença dentro das instalações esportivas. Porém, salientou que esse esquema de segurança era diferente para as seleções, já que apresentavam maior dificuldade de controle devido ao vestiário.

Durante o papo, organizado pelo professor Alexandre Carauta, com os estudantes, Falcão afirmou que a habitual passagem dos jogadores pelos jornalistas no final dos jogos é obrigatória, pois gera mais divulgação. Os organizadores de eventos esportivos entendem que nesse momento há vários repórteres querendo escrever sobre a partida, logo, há várias matérias sendo produzidas, gerando mais exposição. (Veja a íntegra no Canal do Departamento no Youtube).

Devido a esse benefício trazido pela mídia, há um cuidado muito grande em como se trata ela. Falcão explicou que em megaeventos do esporte costuma-se ter um ônibus que fica até o último jornalista sair da sala de imprensa, a fim de garantir que ele conseguirá voltar para seu alojamento. Ele ressaltou que para se ter uma boa cobertura, é preciso cuidar da pessoa que está realizando esse trabalho, oferecendo a melhor estrutura possível.

Algumas das medidas para tornar isso realidade são: posição da tribuna da imprensa, a qual estará no melhor lugar para assistir o evento, sinal de TV puro caso haja uma transmissão televisiva, Wi-Fi e cadeiras, algumas possuindo mesas que acomodam um laptop. O trabalho de organizar tudo isso fica nas mãos de outros profissionais da imprensa. 

Outro ponto abordado pelo gestor foram os conflitos que surgiram quando os clubes passaram a produzir o próprio conteúdo. Segundo o jornalista, dependendo do evento, existem até regras sobre que tipo de conteúdo as equipes são autorizadas a fazer a fim de não entrarem em conflito com o produzido pelas organizações esportivas. Por outro lado, os times também têm direito a conteúdos exclusivos, como o momento do vestuário. Em relação aos influenciadores, o gestor contou, em conversa após o bate-papo, que é fornecido uma explicação do que eles podem fazer.

Por fim, afirmou que quando o jornalista está encarregado de cobrir a vitória de seu próprio país, caso de Falcão quando o Brasil foi tetra em 94, “ele não é torcedor”, uma vez que acaba se abstraindo da torcida pois sua principal preocupação é transmitir a grande quantidade de material.

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Texto de Yasmin Capistrano

Foto de Pedro Salomão


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