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Estudantes publicam crônicas e contos sobre "o tempo quando o tempo parou"

Mais do que refúgios, a arte e a cultura têm aberto, de várias formas, frentes de resistência às privações impostas pela pandemia. Aventuras criativas desafiam as dificuldades da quarentena, do isolamento, da mudança brusca de rotina. Uma desses faróis foi iluminado por 96 calouros da Comunicação, no primeiro semestre de 2020. Eles toparam o desafio proposto pela professora Meg Amoroso Mesquita de escrever sobre esses tempos, ou melhor, sobre o tempo. Os contos, crônicas e artigos estão reunidos nas nove seções do livro eletrônico "O tempo quando o tempo parou - textos do confinamento".

Com indisfarçável e justificado orgulho, Meg ressalta, na Introdução do e-book, o embarque das alunas e alunos no voo literátrio: "Como diz o lema da PUC-Rio, com asas, nada é pesado. Acredito que esses jovens autores — entre 18 e 23 anos — adquiriram asas e espalharam leveza por meio de histórias, pensamentos e reflexões". A iniciativa vai ao encontro das palavras do escritor Jorge Luis Borges destacadas na abertura da publicação. Numa digressão sobre o tempo, Borges indaga: "Por que ninguém se banha duas vezes no mesmo rio? Em primeiro lugar, porque as águas do rio fluem. Em segundo lugar — e isto é algo que nos toca metafisicamente, que nos dá uma espécie de horror sagrado — porque nós mesmos somos também um rio, nós também somos flutuantes". As flutuações dos estudantes-autores orientados por Meg navegam na eternidade da arte, da literatura, da escrita.

"Não conseguimos prever tragédias, mas somos capazes de enfrentá-las e de roteirizar nossas reações a elas. Escrever nos traz reflexões, opções de vida. Escrever registra nossas posturas perante a sociedade. Escrever nos faz articular respostas. Escrever nos torna atentos", enfatiza a professora no texto introdutório. Ela acrescenta: "O livro registra os trabalhos daqueles que quiseram participar desta aventura. Não é comum publicar no primeiro período da faculdade, mas todos nós, envolvidos nesta história, merecemos isso. Trabalhamos bastante e queremos mostrar o resultado para outros jovens e para outros professores — além, naturalmente, dos parentes e amigos". Pelo visto, experiência semelhantes estão a caminho.

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