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Estudantes dividem vivências em torno do desafio de projetar futuros profissionais

A troca de vivências inseridas na construção de trajetórias profissionais conduz o rico diálogo entre gerações promovido pelo “Aquário de Experiências Aprendidas”. Ex-estudantes, alguns já graduados, de Trajetória de Vida contam como encararam, e encaram, o permanente desafio de elaborar projetos de futuro. Organizada pela professora Sandra Kormam, criadora da disciplina há mais de 20 anos, a iniciativa pioneira ganhou um contorno especial na pandemia, que impõe rompimentos e urgências de naturezas distintas. Para o aluno de Jornalismo Arthur Bonfim, estagiário na assessoria de comunicação da Academia Btasileira de Ciência, o encontro realizado no início do mês "proporcionou uma troca muito legal entre os estudantes e tornou notável a importância do projeto de vida, ainda mais em um momento tão difícil de pandemia". Ele ressalta: "É como uma luz no fim do túnel, também é desenvolver esperança, acreditar na própria trajetória".

Doutora em Psicologia Social e consultora para áreas como empreendedorismo e projetos culturais, Sandra destaca a transparência dos relatos e a interação entre os participantes do Aquário, que conversam sobre o processo, os impactos e os desencadeamentos de "pensarem projetivamente a vida". A especialista reconhece que a crise sanitária despertou a aplicação "na potência máxima" da metodologia, mas pondera:

"Os desafios não foram disparados pela Covid-19, apesar de a pandemia ter trazido interrupções e às vezes rupturas nas nossas vidas". O confronto com o imprevisível, a incerteza, o medo do futuro parece que sempre estive ali, ou aqui", observa a professora e consultora, também graduada em Piscologia, Comunicação e Pedagogia.

Com uma abordagem original - que combina, por exemplo, auto-reflexão e análise de cenário -, a disciplina criada há aproximadamente duas décadas por Sandra Korman para o Departamento de Comunicação permite aos alunos e às alunas "se verem nas escolhas que fazem". Entre as contribuições da psicanálise ao curso, a professora aponta "o sentido ético desejante nas nossas escolhas", ou seja, um direcionamento com base na "responsabilização dos sujeitos pelos seus destinos formativos".

Esse processo envolve, entre outros aspectos, uma seleção criteriosa dos recursos articulados às realizações projetadas e aos desafios que se apresentam. "A formação assume, portanto, a perspectiva de uma trajetória ética", explica Sandra. A dinâmica projetiva abriga também uma "diata narcísica" e uma  revisão do êxito profissional padronizado:

"A inserção e o desenvolvimento profissional costumam ser tratados de forma padronizada ou dissociada da aventura da relação do sujeito com o saber. Isso faz do projeto de vida profissional algo que dispara no mínimo a ansiedade. Não é pouca coisa", observa a professora.

Vivências impulsinadas por essa partitura orquestrada em Projeto de Vida foram expostas no Aquário de Experiências promovido no início do mês. Os relatos e as conversas gravitaram dos principais desafios encontrados nas projeções de futuro.

Para a ex-aluna Mariana Casagrande, já graduada em Jornalismo, a atividade reforça o caráter maleável e dinâmico do planejamento de vida:

"A experiência do Aquário é uma ótima possibilidade de encontro neste momento. Se o ambiente online nos desafia de inúmeras formas a conhecer e trocar conhecimentos com alunos e professores, o virtual pode também ser uma maneira de compartilhar muitas trajetórias diferentes. Como a Sandra disse, 'a festa tem conteúdo até pra virar rave'. O Aquário é uma experiência horizontal em que podemos nos reconectar com escolhas que partiram da possibilidade de fazer um projeto. Um trabalho contínuo, no sentido de que nos convoca a revisões e ajustes".
 

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