O audiovisual consolida uma parceria entre o Departamento de Comunicação e a comunidade do Vidigal. Avança em outubro a exibição, na Escola de Cinema do Djalma, de filmes feitos por estudantes de Cinema da PUC-Rio. A iniciativa é o cartão de visitas do IMADIS - Laboratório de Pesquisas Imagens em disputa no Cinema e Audiovisual (CNPQ - PUC-Rio). Coordenado pela professora Andréa França, esse projeto de extensão incentiva a retomadas das atividades cineclubistas comunitárias.
Desde o mês passado, alunos e professores da PUC-Rio apresentam e debatem filmes no cineclube da Escola Municipal Prefeito Djalma Maranhão, no morro do Vidigal. A programação reabre o espaço paralisado na pandemia.
Criada em 2012, a Escola de Cinema do Djalma funcionou por quase oito anos, até ser fechada devido à crise sanitária. Conjugava a exibição de filmes e oficinas de produção de imagens para crianças com pouco ou nenhum acesso a cinemas, cineclubes, videolocadoras. O IMADIS contribui para a retomada dessas atividades, e desse propósito, por meio de um intercâmbio cultural entre as crianças e os graduandos do curso de Cinema do Departamento de Comunicação da PUC-Rio.
O projeto alinha-se ao objetivo do IMADIS de refletir sobre a produção, circulação e exibição de imagens no contexto contemporâneo. O resgate das ações cineclubistas na escola do Vidigal, com apresentação e debate referentes a produções realizadas no curso de Cinema da PUC-Rio, aproveita experiências extraídas das aulas remotas ao longo da pandemia, quando os alunos da disciplina de Produção Audiovisual II começaram a mapear e reorganizar o acervo de filmes feitos por estudantes de Cinema desde o início do curso, em 2005.
A partir da curadoria deste acervo, eles criaram sessões temáticas e debates com egressos do curso; e organizaram a Mostraí, primeira mostra de filmes online do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, em maio de 2022, no Museu de Arte do Rio. As produções e discussões abordaram temas como disputa de territórios no Rio, violência policial contra populações pobres de regiões precarizadas.
Ao estender as exibições e debates da Mostraí para o morro do Vidigal, o IMADIS promove uma experiência semelhante de troca de conhecimentos, experiências e colaborações, costurada pelo cinema, entre entudantes, egressos do curso de Cinema e as crianças da Escola do Djalma. Depois das sessões presenciais na própria escola, as crianças participação de uma sessão especial programada para o MAM, que recentemente inaugurou uma parceria com o Departamento de Comunicação da PUC-Rio.
Também serão exibidos, para os graduandos da PUC-Rio, os filmes feitos pelas crianças na Escola do Djalma, promovendo assim um intercâmbio de saberes, vivências e afetos. O objetivo é reconectar crianças e jovens que sofrem diretamente os efeitos da desigualdade social e econômica com projetos que estimulam a educação e a cultura.
A proposta desenvolve-se com a parceria da pesquisadora e professora Marta Cardoso Guedes, consultora teatral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). Ela esteve à frente da criação da Escola de Cinema do Djalma no morro do Vidigal desde os seus primórdios. Sua tese “Cinema na Escola do Vidigal: Elaboração de memória e luta da favela”, defendida em 2021, na UFRJ, descreve a crença no cinema como agente comunitário.
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