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Curta "Bambambã" harmoniza memória, história e linguagem audiovisual

10/05/2023

Selecionado para o 28º Festival Internacional de Documentário É tudo Verdade, em abril deste ano, Bambambã retrata a importância da harmonização entre memória, história, linguagem audiovisual. Dirigido e roteirizado pela professora Andréa França, coordenadora de Cinema e Audiovisual da graduação em Estudos de Mídia da PUC-Rio, com pesquisa da também professora da Comunicação Patrícia Machado, o filme conjuga imagens da confraternização pomposa e das demolições que marcaram, em 1922, a então capital da República às voltas com o centenário da Independência. A produção integra um projeto de cinco curtas que expõem a cidade em transformação. "A intenção de mostrar o avesso da festa, o lado dos que tiveram de deixar suas casas no Morro do Castelo, que seria demolido", contou Andréa aos estudantes reunidos, em maio, na PUC-Rio para a exibição do documentário, seguida de debate.

 

Em Bambambã, cujo nome é inspirado nos sons da demolição do morro, com fortes jatos d'água e explosivos, um cinegrafista viaja para a capital fluminense e filma a festa da exposição do Centenário da Independência, enquanto dois fotógrafos registram, como assinala Andréa, o avesso assustado desta comemoração. A obra entrelaça, assim, transitoriedade e permanência, integrando fragmentos e fotografias do filme Terra Encantada (1923) e fotografias inéditas de Augusto Malta e Guilherme Santos. 

Para a diretora, o resultado final e o reconhecimento indicado pela participação no É tudo Verdade reforçam como a articulação entre história, a memória e a pesquisa de linguagem "é muito importante nos dias de hoje”. No papo com alunas e alunos de Estudos de Mídia, a explicou como a proposta documental se refletou sobre a escolha das imagens:

“A escolha foi muito em função do que eu queria. Trabalhei nessa narrativa de abordar um lado da festa com a demolição, mas depois mostrar um pouco da destruição: as pessoas tendo que fugir. Pensei em como narrar a história mostrando esse outro lado, das pessoas que foram expulsas do morro. Levei cinco meses para produzir completamente o curta".

Andréa ressaltou ainda ela e Patrícia tiveram acesso a imagens inéditas do Rio:

“Isso foi possibilitado a partir da Rio Memórias, uma associação importante que tem parceria com grandes arquivos do Rio, com o Instituto Moreira Sales, com o Museu da Imagem e do Som, com o arquivo da Light. Essa parceria com a Rio Memórias permitiu usar esse acervo de maneira gratuita”.

As professoras Andréa França e Patricia Machado, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio (PPGCOM). detalham os bastidores do curtametragem em podcast da pós.

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 Texto de Camila Oliveira


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