A jornalista e escritora Sônia Bridi, ex-correspondente internacional da Globo, recomendou logo aos futuros profissionais da área reunidos no auditório do Departamento de Comunicação: "É preciso dar conta das últimas notícias sem deixar de abordar o seu contexto e as circunstâncias que as antecederam". Aplicada em mais de três décadas de carreira, a receita rendeu-lhe muita transpiração, ótimas reportagens, livros, prêmios. Rendeu, acima de tudo, histórias reveladoras, gratificantes, instigantes, como as que desembocaram no documentário “Vale dos Isolados” (Globoplay). A produção deriva da investigação jornalística sobre o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenísta brasileiro Bruno Pereira, em junho do ano passado. Em busca de mais informações sobre o crime de contorno ambiental, Sônia passou mais de setenta dias na Floresta Amazônica.
Convidada pelo professor de Comunicação de Meio Ambiente, o também jornalista André Trigueiro, a autora de "Laowai (estrangeiro) – histórias de uma repórter brasileira na China" e "Diário do clima" reforçou às alunas e aos alunos a importância de expandir abordagens sobre as urgências climáticas e as demandas suetntáveis. Ela contou bastidores da vasta trajetória profissional e, em particular, do documentário lançado em junho.
O longa mostra a relação dos assassinatos com a chacina dos povos indígenas e o garimpo ilegal, e abrange a luta constante tanto pelo meio ambiente quanto pelos direitos humanos na região. "É dever jornalístico noticiar essa realidade", lembra Sônia. Ela completa: "Se a população quiser se isentar da cobrança aos responsáveis, que faça de forma consciente".
Apesar as dificuldades enfrentadas na imersão amazônica, como alto investimento, conexão precária com a internet e ameaça de facções criminosas, prevaleceram o compromisso e o empenho jornalistíscos com a informação profunda e plural e com a causa ambiental. Um compromisso, reforçou aos estudantes, que deve fundamentar os caminhos dos profissionais de comunicação e de todos os cidadãos.
"É preciso cobrir a crise climática e suas consequências", reiterou Sônia. Ela relatou que as denúncias de irregularidades na floresta, a maioria delas veiculada em reportagens no Fantástico, da TV Globo, desdobraram-se em "visibilidade e investigações importantes" sobre tais ameaças.
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Texto: Joana Macedo
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